Olá — sou Rodrigo Pontes. Escrevo aqui reflexões que tentam ser companheiras de esquina: acolhedoras, provocativas e, às vezes, impertinentes.
Sente-se comigo por alguns minutos. Prometo que não vou oferecer soluções prontas — apenas um espelho bem iluminado. Se você chegou até aqui, é porque algo dentro pediu atenção. E isso, já por si só, é um começo.
O caminho que começa no silêncio
Lembro de uma caminhada em que parei num morro para olhar uma cidade que parecia distraída — as luzes, o trânsito, os avisos das vitrines. Ali, sentado como o homem da foto, percebi que muitos de nós vivemos em modo automático: seguindo mapas alheios, cumprindo expectativas inventadas por outros.
O autoconhecimento não é um espelho mágico. É um processo parecido com limpar uma lente embaçada: pequenas raspagens, escolhas, desistências e, às vezes, confrontos com coisas que preferiríamos deixar adormecidas. Pensadores como Sêneca e Montaigne nos lembram que a vida examinada exige coragem — e uma boa dose de honestidade com as próprias contradições.
"Conhece-te a ti mesmo" — talvez a frase mais simples e mais difícil que herdamos. Não é um convite para isolamento, mas para atenção: atenção ao que escolhemos, ao que repetimos e ao que negamos em nós.
A sociedade nos mascara com rótulos que soam confortáveis: "sucesso", "normalidade", "dever". Muitas vezes aceitamos esses rótulos porque dão sentido instantâneo — até percebermos que vestimos algo que não nos serve. E aí vem a pergunta: quem foi que escolheu esse traje?
Exemplo rápido
Imagine que você decidiu estudar algo porque "todo mundo" dizia que era um bom caminho. Dez anos depois, a vitória social chegou — mas a satisfação não. O gatilho aqui é simples: conforto social ≠ propósito pessoal. Identificar essa diferença pode lhe dar liberdade para redesenhar escolhas.
Pergunte-se — essa escolha é minha ou foi moldada para me caber?
Vou falar diretamente com você: feche os olhos um segundo. Respire. Lembre-se de uma decisão que pareceu sua, mas quando você revisita sente um eco de alguém dizendo o que fazer. O que acontece se você recusa esse eco por um dia — uma semana? O que nasce?
Não estou sugerindo rompantes dramáticos. Autoconhecimento é compostura e risco, os dois ao mesmo tempo. Pequenas rupturas, testadas com gentileza, criam espaços onde o novo pode nascer.
Créditos: Texto e curadoria por Rodrigo Pontes. Imagem de destaque via Pixabay.
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